6 de novembro de 2010

No Oceano


 
Há o Oceano

Há paz... sem plano

Como numa planície

Ah, se deveras existisse...


Larídios sobrevoando o cais

tocando cada um dos pontos vitais

Calmaria espantada...

As belas aves partem em retirada


Vem a chuva, vem...

Como vinda do além, ela vem

Com ela vem o sono

E as memórias jogadas no Oceano...


-Igor Thomas

4 de novembro de 2010

Griseus Aeternum


Vejo-te tão claramente...
Porém o que resta é cinza
Cinza da memória lacerada, atormentada
Talvez, amada ou amaldiçoada

Vejo-te tão perto...
Com o farfalhar das asas dos corvos
Sinto o silêncio dos mortos

Vejo-te tão bela...
Entre as árvores sem folhas,
Flores sem pétalas,
Ah, o pesar das décadas...

Vejo-te tão claramente...
Abro os olhos... Não há luz
Minha mente já não mente...
Por que mentiria para um doente demente?

Não há sentido, está tudo eternamente cinza...
Está ainda, está ainda... Ah, amaldiçoada amargura...
Retiro-me deixando as flores sobre a tua sepultura...


-Igor Thomas