27 de dezembro de 2011

Para Os Lábios


Cognoscitivo tempo doente
O som dos segundos soam
Como horas, corroendo-me lentamente
Meus sonhos tomam asas e voam


Rastejando os dias sem tua presença
Onde não há nada além da doença
Doença lascívia do meu desejo
Propagando-se desde teu beijo


Dédalos lábios lascivos, latentes, ardentes...
Ah! Como grassa em minha mente!
Ah! Como desejo-te veementemente!
Tocar teus lábios lascivos, latentes, ardentes...

E novamente vem o tempo...
Carregando-me lentamente rumo a você
Levando o que há aqui dentro
E deixando-me à sua mercê


As horas se arrastam e o ponteiro mal percorre seu caminho...
Sei que nos veremos em breve,
Porém, essa noite dormirei sozinho...




-Igor Thomas

23 de novembro de 2011

Mephistopheles


I
Faust:
 
Claiming immortality
No one ever thinks
For us, there’s no eternity
This cup of poison we all drink

There comes the time to join the dead
When all hope is lost it’s been said
He appears with his grinning face
A temptation in all possible ways…

II
Mephistopheles:
 
I’m the god of a second chance
Would you like to join me in this dance?
I shall set you free
There’s no need to bleed

Now you claim to be alive
I shall ease your suffering
There’s no need to strive
To be saved I just ask for one thing…

III
Faust:

Frightened by the demon in front of me
While I feel the darkness grow around
Am I going mad? Still, I can’t believe
This madness knows no bounds…

Who are you endless creature of darkness?
What do you seek in a poor dying man?
Would you try to make me faithless?
Won’t you kill me? I know you can…

All I wanted was a second chance
A chance to do it right this time
To live again, this time I want no pain
Then I’ll share your dance
And everything shall be mine
I’m now prepared, to call you then…
Mephistopheles!

IV
Mephistopheles:

I am the one you seek
But you can never find
I am the one who molds the night
The full moon of your endless sin

I just ask for your soul
So hold my hand now
You are not alone, no!
You may have it all!

V
Faust:

His eyes ablaze
My mind, a maze
My freedom I chase
I just want to laze

So I closed my eyes
Took his hand and heard his lies
Weak I was, my soul I toss
In the hellish fire and moss

VI
Mephistopheles:

You are my Faust
My new little toy
You’ve paid such a cost
To whom just wanted joy

Now you are mine
And there is nothing divine
That can save you from me
Now get down on your knees
And pray to Mephistopheles!


-Igor Thomas

11 de novembro de 2011

The Poem


So I wrote her a poem,
A poem of love and lust
To love her, write I must
A poem.


And in that poem
Lies my very soul
Oh, that poem
I Shall not let you go


I carry the words, I carry them
To her, my love, my maiden
My beautiful bride to whom I cry
But my tears, I may not dry


Endless poem of mine
Poem written in lies
Pretending you are still alive
I wish I could see your eyes...


But now I realize...
This poem... is a lie...




-Igor Thomas



O Poema

Para ela, escrevi um poema
Um poema de amor e luxúria
Para amá-la, eu escreveria
Um poema


E naquele poema
Minha alma jazia
Ah, aquele poema
Ir, eu não te deixaria


Eu levo as palavras, eu as levo
Para ela, meu amor, minha donzela
Minha noiva por quem choro
Mas não posso secar sequer uma lágrima


Infindo é meu poema
Poema escrito em enganos
Fantasiando que estás viva
Se eu pudesse ver seus olhos...


Agora eu percebo...
Este poema... Não é verdadeiro...

-Igor Thomas

Ps: O original em inglês é muito melhor...

5 de novembro de 2011

Metapoesia


Se me perguntassem sobre poesia
"Não é nada demais" eu diria...
Não precisa de rima como acima,
Nem de métrica ou ou palavriado complicado, entrelaçado, armado e invisível. Não há motivo para escrever em verso, a prosa é tão bem vinda quanto o ardor dos versos sem sabor e sem sentido escondidos de baixo da cama.


NãO hÁ uMA FormA:                 C
                                                        A
                                                            I
                                                              R
                                                            I
                                                         A e sorria diante da poesia!
Pode ser AGRESSIVA! ou calma como um(a) __________?
Ela pode levar-te aos seus sonhos e seus amores. Pode pode pode podeR
Não há a mesma poesia para duas pessoas, o que EU leio não é o que VOCÊ lê
As palavras brincam e se escondem, é tudo um jogo, um jogo de EU e VOCÊ.
                                        Como a palavra PENA formada nas iniciais dessa estrofe!


Essa poesia tem sabor de estrogonofe!


Não há um paradigma, a poesia está em cada um...
Cada um que espera o momento certo para poetizar...
Poetizar um sentimento que não cabe em "Eu amo você"...
"Eu amo você" que se torna poesia em teu olhar


Sempre pensamos em algo ao escrever...
Às vezes é fácil adormecer
Quando escrevo, só penso em você...


Isto é a minha poesia, de um Igor poeta, quem diria?




-Igor Thomas

14 de outubro de 2011

II

Leve-me para casa
Onde me renderei à tua beleza
Chore por mim um mar
E deixe tua voz em mim ecoar...


Sob as estrelas do teu olhar
Ei de achar meu luar
Casa, onde minha vida peleja
Onde espero que minha amada esteja...


-Igor Thomas

I


Doce melodia da solidão
          Sinfonia em vão
Veludo e seda, velado e sedado
          Suave é meu agrado
Barbárie em forma de música
          Sua é a minha vida...


-Igor Thomas

26 de setembro de 2011

Pertenço

Ainda era madrugada quando ela chegou 
E cálida sussurrante em meu ouvido falou: 
"Você ainda aqui pertence" 


Voltam-me coisas além-mundo
Um lugar donde sou oriundo
Ela diz: "Você ainda aqui pertence"

Ouvi ruídos implorando, clamando e chorando...
Gritando e murmurando... às memórias cedendo
E elas voltam, ricocheteiam na imensidão do meu ser
Mémórias d'Ela, que fora uma vez meu bem querer...
"Você ainda aqui pertence"


Ainda a escuto cantar, como as asas dum anjo a farfalhar
Sua bela voz ainda ecoa no ar, como as ondas do mar...
Foste e deixaste minh'Alma em torpor
Eu, ingênuo, dissera que era complacente da dor
Ela diz: "Você ainda aqui pertence"

Deixa-me ir Lenora, dos teus cuidados eu preciso agora!
Luto, em vão, para manter-me são... Mas meu coração chora
Tua ausência leva-me, facilmente, à demência
Uma vez mais, seja minha? Juntar-me-ei a ti, e ó Deus, tenha clemência!
Ela diz: "Você ainda aqui pertence"


Ouvindo sua bela voz o desespero esvai-se enfim
Deito em minha cama e descanso
Ainda não é a hora do meu fim...
Ainda aqui pertenço...
Mas nela, nostalgicamente, ainda penso...


-Igor Thomas

30 de agosto de 2011

Sonho

Há sentido na sanidade?
Ou a sóbria sombra da maldade?
Sã e soturna enfermidade
Piedade...

Pois hoje, em minha insanidade...
Sonharei um sonho só: sozinho, sonâmbulo, saciando a sede de ser seu.




-Igor Thomas

6 de agosto de 2011

Ela lia ali...

Lia...
Estórias, contos e poesia
No entanto o encanto do canto ao canto
Era ainda o que causava o pranto


O choro e a chuva misturavam-se na face
Enquanto lia Rimbaud, Poe e Bocage
Via a bela voz e ouvia a poesia
Atemporal sentimento noite-e-dia


Inescusável nostalgia dessas linhas
Ela ainda em torpor dizia
"Faço das tuas, as palavras minhas"

E em toda essa eterna calmaria
Onde as personagens se misturam à vida que definha
Ela lia ali, e sozinha, sorria...










-Igor Thomas

2 de agosto de 2011

Anis Mojgani

“O que criou a beleza da Lua?

E a beleza marina?

Tal beleza criou a pessoa tua?

Tal beleza criou a pessoa minha?

Será que me fará algo?

Serei eu algo?

Eu sou algo?

E a resposta vem: Eu já sou, sempre fui, e tempo para ser, ainda há.”

- Tradução por: Igor Thomas Gehard


"What made the beauty of the moon?
And the beauty of the sea?
Did that beauty make you?
Did that beauty make me?
Will that make me something?
Will I be something?
Am I something?
And the answer comes: I already am, I always was, and I still have time to be."

- Anis Mojgani

15 de julho de 2011

Albatroz

Oh grande ave palmípede dos mares austrais
Corta o vento com teu magnificente voo
Carregando os sonhos em seu adorno
Levando consigo o temor e a dor, o odor e o sabor e todas as realidades tais...


Sinergicamente voa vozes visuais e corais, marés...
O profundo azul faz alusão à vã ilusão do alvorecer em tuas asas
Finda-se o dia no torpor do teu rasante, e o mar em brasas...
Faz-se noite, lusco-fusco, crepúsculo vejo-te do convés...


Albatroz, feroz, tenaz e sagaz
vindo dos mares austrais...
Que minh'Alma, nas tuas belas asas, descanse em paz....




-Igor Thomas

4 de julho de 2011

Estórias reais

O dia estava frio, acendeu um cigarro pra se esquentar. Se queimou e fez um furo na meia-calça enquanto esperava o tédio passar.



Todo domingo ia à Igreja, levava uma vida sadia, não fumava nem bebia, "um santo", sua mãe dizia. Morreu atropelado em frente a padaria.
 

Fingiu não se importar com a presença do homem que amava, decidiu fazê-lo em casa, chorava, chorava. No fim, que homem sou eu? Se perguntava.



Era um solitário final de domingo às 22:04, sozinho jogava xadrez no quarto, e de tão desolado, perdeu.






 -Igor Thomas

22 de junho de 2011

Hibernæ

...Frívolo frio fatídico e funesto...
    ...Solene solstício sopra seu som...
        ...Vozeando vazias visões vulturnais
Forte             Sopra o             Vento de Inverno...

Iniciou-se a mais bela das estações
Onde a aurora solta seus grilhões
Onde, fraco, o sol tenta brilhar
Inicia-se Ó bela noite de Luar

Intensa noite de cristais
Neva teus flocos sobre meu corpo cálido
Vela meu sono e coisas tais
Entorpece-me com teu deleitoso conto...

Revogou tua presença tão rápido, nem mesmo percebi...
Noite fria de inverno
Onde estás agora que preciso de ti?

-Igor Thomas

15 de junho de 2011

A Volta

                                Volta no tempo, volta
                         Tem por mim tempo
         Misericórdia, oh Arauto da
Discórdia...

E que C
                A
                      I
                          A sobre mim
A ira do mundo, Cosmos e cAoS
Por infame torpor transpor a dor
Dor do tempo perdido, porém, não esquecido

Arma tua ADAGA feroz
Lacera minh’Alma atroz
Pelos pecados que cometi
Pelas vidas que vivi

Vai tempo, vai
       Afia tua lâmina fria
               E corta a carne crua
                      Que nem você, tempo, cura.

 - Igor Thomas

6 de abril de 2011

À Dor e à Morte

Infindas noites, onde à dor recorro...
Corro da finitude e percorro o caminho do cessar
Sussurros sombrios saboreiam o ser taciturno...
Noites infindas onde há dor e há morte

A memória lacera a mórbida mente enferma...
O ósculo ostenta o veneno que definha-me
Aos poucos se vai a vida que já perdi...
Soa o timbre da tua fúnebre melancolia que jaz

Dorme dormente danação, minha Deusa...
Oh dor que adormece os sentidos jamais proferidos
Roendo o que resta dos restos sobre a mesa...

E vá, vocifere tua bela voz uma vez mais...

Mortalidade
Opõe-se;
Remete-se;
Tentadoramente à
Ela...

-Igor Thomas

26 de fevereiro de 2011

e. e. cummings

Pequena homenagem ao genial Cummings.


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OthI                                                AdacO
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y                                                       i
SteR                                                SteR
y                                                       i

of                                                     od

s                                                       a
tilLnes                                           calMari
s                                                       a

Tradução por: Igor Thomas Gehard