15 de maio de 2012

Botas de couro

Acordou com os lábios ressecados
O fogo das velas oscilava hipnoticamente
Sombras projetavam-se como pecados
Nas paredes de sua mente doente...

A tênue luz revelava as entranhas do quarto 4
A sombra escapava entre os seus finos dedos 
Enquanto uma surreal pintura saltava do quadro
No canto do cômodo jaziam seus impuros medos

Num estado latente poderia dormir por mil anos
Sonhando um sonho de lágrimas feitas de cores 
Caprichos da loucura ébria e seus efeitos indolores
E o cheiro do coito propagava-se aos cantos


Criaturas do submundo e do desejo
Vênus em pele de mulher
Meretriz em botas de couro
Em seus adornos vorazes que usava para qualquer...


E se a rameira não fosse sua, Não seria de outro alguém...
Criança da noite, cure seu coração
Chicoteie o corpo nu de outrem
Antes que o seu próprio chegue ao chão...


O Couro e Látex brilhavam no escuro
Desenhando o corpo da jovem galdéria
Sem movimentos jazia seu corpo impuro
Sonho de mil noites era ela...
feéria... 



-Igor Thomas