Infindas Noites
1 de fevereiro de 2016
O Céu, o Mar e Eu.
Outrora assisti o Céu
Inalcançável, impossível
Sempre presente, sempre distante
Azuláceo absoluto e hipnotizante
Outrora contemplei o Mar
Profundo e misterioso
Tentador e, por vezes, perigoso
Exatamente onde queria estar
Outrora observei o dia
E então, quem diria?
Quem diria que um dia
O impossível e profundo aconteceria
O Céu veio a mim, juntou-se ao Mar
Projetou luz num olhar
Decidiu então me abraçar
Ahh, o profundo Mar.
Sussurrava o som das ondas em meu ouvido
Assim como o bater das asas de um pássaro perdido
Mistérios das mais profundas águas
E verdades sobre os mais altos voos das águias
E assim como um sonho bom, o Céu partiu
O Mar, ao longe, sorriu e dormiu
Ainda recordo-me do toque, do cheiro
Ao olhar fios do Céu cabelo espalhados pelo travesseiro.
-Igor Thomas
26 de outubro de 2015
Animal
A solidão é ausência da doença
A falta de dependência (E com isso)
A virtude da crença
(Não tê-la)
É a vitória vociferada do ser seu
E o conhecer pleno do réu
Escondido, insano atrás do véu
(Há de ser)
Incansável
Insensível
Implacável
(Uma dádiva)
Outra vida, outra morte
Ou talvez não se importe
Olhando desdenhosamente o corte
(Da alma)
Unificando-se com o vazio
Urrando seu brado, dormiu
Último suspiro do que nunca se viu.
-Igor Thomas
8 de outubro de 2014
Milenar
À alva alba há
Nada além do anátema
Este ermo espírito
Liberto e libertino
Infindo e incandescente
Mártir milenar
Mil mortes morreria
Incessável, inabalável
Leal, lacônico e lascivo
Este cabal espírito
Nunca há de negar
Amar a alva alma tua
Como quem ama o luar...
Pois o tempo é infindo quando o amor é cármico e milenar.
-Igor Thomas
18 de dezembro de 2013
Regrets
You talk about regrets.
What is the truth behind that?
Ain't it just way to forget?
Ain't it just another excuse for being sad?
After all, the "farewell" has been said.
-Igor Thomas
1 de outubro de 2013
Outubro
Outro Outubro que outrora trouxe a chuva
Une e Ostenta noutro tempo a tentativa falha
Tentativa tentadora de escapar da melancolia
Urde os fios árduos do destino com navalha
Buscando a dor e a paixão na calmaria
Restam a perda e as dores dos renegados
Outro Outubro traz outra chuva, mas não meus pedaços remanescentes nOutubros passados.
-Igor Thomas
11 de junho de 2013
I - Gula
Sacia-se saboreando-se, sanguessuga do deleite divino
Sugando com sede o seu Senhor, redentor
Sonolência do sabá sereno, um inquilino
Satisfaz solenemente sua gula em torpor
A lança dilacera as entranhas lascivas
Dos lacaios latentes de vossa crença
Lança a lança e queima-as ainda vivas
Leva-as em chamas ao Senhor por sua ofensa
Apanha para si os votos e vozes apagados
Golpeie-me com o vosso batismo sagrado
Faz-te rico e carregue nas costas o peso dos muitos
Que por vossa fé jazem em seus túmulos
Beatifique-se com o ouro dos sem luz
E,
Engula com gula todo o ódio carregado na cruz.
-Igor Thomas
Sugando com sede o seu Senhor, redentor
Sonolência do sabá sereno, um inquilino
Satisfaz solenemente sua gula em torpor
A lança dilacera as entranhas lascivas
Dos lacaios latentes de vossa crença
Lança a lança e queima-as ainda vivas
Leva-as em chamas ao Senhor por sua ofensa
Apanha para si os votos e vozes apagados
Golpeie-me com o vosso batismo sagrado
Faz-te rico e carregue nas costas o peso dos muitos
Que por vossa fé jazem em seus túmulos
Beatifique-se com o ouro dos sem luz
E,
Engula com gula todo o ódio carregado na cruz.
-Igor Thomas
4 de abril de 2013
Habitual Veneno
Sádico,
Latente e fatídico
Habitual e empírico
Traz o vinho que queima em minhas veias
Ardendo sob a pele lasciva
Acorrenta-me em tuas libidinosas teias
E assim eu respiro você, lúbrica
Ao afastar-me sou trazido de volta
Aos teus braços, à tua vida
Promessas escorrem da língua
Como um veneno que esgota minha essência
Cativa aos seus toques, ela míngua
E a morte certa é bela ao seu lado
Não desejo ser salvo
Você é o meu pecado
Envenena-me outra vez
Somente para assistir sua presa
E assim saber o que fez
E que para sua surpresa,
Seja doce o seu veneno
Habitual veneno,
Ao qual sou resistente
Porém, dependente.
-Igor Thomas
3 de dezembro de 2012
O Silêncio
Soa o sino que anuncia o sinal do cessar.
A sombra seca que seca o ser sombrio
E sacia a sede de o sacramento sabotar
Saboreando o som do silêncio vazio.
Valendo-se do voraz vestígio vão
Voa valente voz da minha visão
Vital virose que mantém-me são
Vozeando os ventos um Fabordão
Fantasias funestas e fúnebres do fim
Falácias fatídicas de pouca fé
Fincadas no fundo féleo de mim
E feliz é o que inda está de pé
Sentindo a soberba sinfonia dos prazeres
Que vai e volta várias vezes
Fazendo do fim um presságio vazio
Onde eu, homem sem fé, me silencio.
-Igor Thomas
Assinar:
Postagens (Atom)