24 de abril de 2009

Sonhos de uma tarde cinzenta



"-O que pode ser aquilo que vejo? Ao longe um casebre daqueles esquecidos

Aproximo-me então? Olhando assim até me lembra a velha casa de Usher...

Sai! Desfigura-se então a paisagem dando lugar a um belo jardim, daqueles sempre lembrados

Belos jardins, estes não possuem árvores mortas, possuem?

...Já não é outono, ora pois, por quê caem tantas folhas douradas? Lá está a casa esquecida

Ao longe vai-se a sonhar a bela dos meus sonhos




O que sonhas tu, minha luz? Tão distante do abstrato mundo real...

Quão longe vais ao ser tocada a pele pelo astro rei? Que mistérios guarda inconsciente...

Sonhas comigo? E eu aqui tão longe do teu mundo onírico, no mundo físico...

Ao longe vou-me a sonhar acordado




Animais e vergéis nunca vistos, ou talvez apenas esquecidos

Não escuto minha voz, ela já não é minha, a Natureza fala por minha boca

Um som ancestral me lembra o gosto que a vida possui, sim eu me lembro

Uma natureza mórbida agora toma conta do espirito que jaz em mim

Lembro-me da casa então, aquela, a esquecida

Ao longe vai-se a sonhar a bela dos meus sonhos




Imagino-me ao leito da tua figura, minha dor é tão real

acordarás com ar de quem não sabe da vida um grão. estás tão ausente

devaneio-me ao olhar-te, tão bela minha Lua

Ao longe vou-me a sonhar acordado




A casa! Entrarei? Tão escura está a tal esquecida...

Ora se não sou eu, deitada ao leito de um quarto fúnebre, sendo lembrada

A efígie que de mim toma conta, dá-me uma sensação de amparo, quem há de ser? Já não me lembro

Adentro a casa então, e de súbito apagam-se então todos meus pensamentos

Não sei um grão da luz que invade meu ser, mas agora já lembro-me quem és tu, sonhador dos meus sonhos, lembro-me

Ao longe vamos a sonhar, um sonho de um só coração."




-Igor Thomas

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