1 de dezembro de 2010

Dor que ia


O
R Q
U Í D
           E A          e
iA     De   DIA      fARIa
  c H OVER...   Ah    QUEM      DERa...
ORQUÍDEA,  Um  DiA   PARARIa,
pARARIA   ESSA   Eterna
mania de sofrer
e EU que NÃO
    SAbiA       oh      o DIA que
SABIA       Orquídea     FA RIA
     saber        Dor que iA    esqUEcer
     e            orq ui dea             ... 
até
.


-Igor Thomas 

6 de novembro de 2010

No Oceano


 
Há o Oceano

Há paz... sem plano

Como numa planície

Ah, se deveras existisse...


Larídios sobrevoando o cais

tocando cada um dos pontos vitais

Calmaria espantada...

As belas aves partem em retirada


Vem a chuva, vem...

Como vinda do além, ela vem

Com ela vem o sono

E as memórias jogadas no Oceano...


-Igor Thomas

4 de novembro de 2010

Griseus Aeternum


Vejo-te tão claramente...
Porém o que resta é cinza
Cinza da memória lacerada, atormentada
Talvez, amada ou amaldiçoada

Vejo-te tão perto...
Com o farfalhar das asas dos corvos
Sinto o silêncio dos mortos

Vejo-te tão bela...
Entre as árvores sem folhas,
Flores sem pétalas,
Ah, o pesar das décadas...

Vejo-te tão claramente...
Abro os olhos... Não há luz
Minha mente já não mente...
Por que mentiria para um doente demente?

Não há sentido, está tudo eternamente cinza...
Está ainda, está ainda... Ah, amaldiçoada amargura...
Retiro-me deixando as flores sobre a tua sepultura...


-Igor Thomas

7 de outubro de 2010

A voz da Lua



"Pois em cada hora vazia que martiriza meu inquieto silêncio, sinto fluir a agonia que dilacera as viceras dos meus sonhos, a cada dia mortificado pela torturante existência do mais podre dos sentimentos , sinto a barbárie consumir o que resta de humano nas putrefactas veias do meu corpo físico, o qual é macerizado com árduas penitências que a alma prefere ignorar, e a cada suspiro onde a lucidez se torna obscuridade, o que resta sugando-me a vida e mantendo meu estado ébrio inconsciente é a Voz da Lua..."




-Igor Thomas

24 de setembro de 2010

Chuva

Num céu outrora mar

O vento anuncia o pranto celeste

O choro cinzento a chegar



O céu toca Gaia ao leste

A voz da chuva alcança a audição

Por fim velha amiga... Vieste



Carregada de memórias então

Recordações do corpo que sente

Ó musa, minha musa da Solidão



Escurece o céu completamente

Um céu outrora mar

Quando voltarás novamente?



-Igor Thomas

16 de agosto de 2010

HaiKai?


"Tais toques "ternurosos" atemporais
Libidinosos lírios labiais
Talvez um sonho, e nunca mais..."

 

-Igor Thomas

1 de agosto de 2010

Morte


O cessar, fim do mundo como o conhece
Término da centelha incandescente
Da vida vivida aos poucos se esquece
Medo! Confusão! Certeza evanescente

 

A morte que atrai, trai e distrai
Mostra o gosto da mais bela treva
Do desespero que sobre todos cai
Da curiosidade amaldiçoada de Eva

 

Com a face negra como um corvo
Afasta da luz que reluz e seduz
A consciência plena, amena o novo
Estado de elevação, e se deduz

 

A morte é apenas o início
Viver é apenas uma parte do ofício.

 

-Igor Thomas

28 de julho de 2010

Torpor


Cego, luciluzindo inconsciente, inconstante...
O ósculo do desespero açoita cada mínimo fragmento da alma morta
A sanidade voa junto ao desejo delirante...
Gritos sombrios de uma mente sem voz,

 
O que restou está despedaçado, quase nada...
Lembranças são uma cimitarra feroz
Impiedosa, malvada...
O chão frio, um fio de consciência ainda resta

 
Silêncio absoluto, o tempo esvai-se...
A compreensão da realidade é nula
Toda a verdade esgota-se...
A escuridão é minha luz, adormeço enfim...

 
-Igor Thomas