4 de novembro de 2010

Griseus Aeternum


Vejo-te tão claramente...
Porém o que resta é cinza
Cinza da memória lacerada, atormentada
Talvez, amada ou amaldiçoada

Vejo-te tão perto...
Com o farfalhar das asas dos corvos
Sinto o silêncio dos mortos

Vejo-te tão bela...
Entre as árvores sem folhas,
Flores sem pétalas,
Ah, o pesar das décadas...

Vejo-te tão claramente...
Abro os olhos... Não há luz
Minha mente já não mente...
Por que mentiria para um doente demente?

Não há sentido, está tudo eternamente cinza...
Está ainda, está ainda... Ah, amaldiçoada amargura...
Retiro-me deixando as flores sobre a tua sepultura...


-Igor Thomas

Um comentário:

  1. Gostei muito desse. Não sei se interpretei da forma que você quis passar, mas isso é uma das belezas da poesia, nunca saber o que o poeta quis realmente dizer.
    Carol.

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